sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O "efeito inércia" é mais forte do que podemos imaginar.

Achamos incrível (ou absurdo), quando nos deparamos com situações onde pessoas realizam atividades sem nunca se perguntarem o objetivo ou para que aquilo serve.
O vídeo abaixo mostra que este "efeito inércia" é mais forte do que imaginamos, e talvez esteja até em nosso DNA. Mudar a direção exige imaginação, esforço e emprenho.


Gerente, líder ou chefe? Quem sou eu?

As diferentes nomenclatura dada aos que estão a frente de um projeto pode causar confusão no entendimento dos papéis exigidos.

Projetos têm dinâmicas que estão muito além do controle direto do gerente de projetos. Todo canal de comunicação produz visões, conclusões e direcionamentos que podem estar divergentes ao objetivo da tarefa, ou até do projeto. Na maioria das vezes, isso não é proposital por parte dos envolvidos, e sim é um efeito colateral inerente às comunicações.

Em suas interações com as partes envolvidas no projeto, o gerente de projetos pode e deve influenciar as ações, assumindo papéis diferentes em cada situação. Discutir estes papéis produz um conhecimento tangível, que pode ser conscientemente utilizado como ferramenta nas interações do projeto. Estar no papel correto pode ser determinante para resolver conflitos, aumentar a produtividade da equipe, manter as partes interessados envolvidas e engajadas, etc.

A seguir discutiremos três grandes papéis do gerente de projetos:

Papel gerente – planejar, controlar e monitorar atividades e processos são os fundamentos deste papel. O gerente orquestra como e quando as atividades serão realizadas, colhendo os resultados e replanejando os desvios. Este papel é largamente abordado por inúmeras publicações, incluindo o PMBOK e não me estendei mais nele.

Papel chefe – comandar e direcionar são a chave deste papel. Toda vez que você diz a cada um o que fazer, você está no papel de chefe. A palavra chefe adquiriu uma conotação muito negativa e foi praticamente abolida no âmbito de projetos. É interessante observar que os tão desejados cargos de CIO/CFO/CTO, são nomeados com “C” de chief, e não com “M” de manager, o que indica que ser chefe não é tão ruim assim.

O perigo do papel do chefe mora em seus desdobramentos:

  • Chefe autoritário – imaginamos este papel como aquela pessoa que bate na mesa e esbraveja suas ordens como quem possui todo o conhecimento do mundo. De fato, este comportamento foi muito comum nas organizações em tempos passados e traumatizou uma geração que não pode nem ouvir esta palavra. Atualmente isto não é mais tolerado nas organizações, e sabemos não produz resultado. Mas o autoritarismo é muito mais sutil que isso, e continua presente. Ainda é comum encontrarmos membros nas equipes que relatam não saberem o destino de seus códigos ou que não sabem com clareza como eles contribuem com o projeto. “Me mandaram fazer então eu faço” é uma frase corriqueira nas companhias, por mais incrível que pareça. Comandar pessoas sem se preocupar que, individualmente e intimamente, elas saibam a importância de seus trabalhos, é uma forma de autoritarismo.
    Como não ser um chefe autoritário? Repita sempre o objetivo do projeto e explique individualmente de forma muito convincente (para você mesmo inclusive) como o trabalho que está sendo desenvolvido por aquela pessoa contribui para o cumprimento do projeto.
  • Chefe bonzinho – este papel é tentador, pois faz com que as pessoas gostem de você (pelo menos a princípio). Sendo permissivo, abrindo exceções, quebrando pontualmente regras ou favorecendo um membro do grupo nos traz uma série de sorrisos e uma sensação altruísta. O que acontece é que a médio prazo, todas as permissões dadas um membro grupo serão cobradas pelos outros membros e não será possível dizer não, já que isso traria uma sensação de injustiça. Sem poder dizer não sucessivas vezes, a perda de controle da equipe é eminente, e para evitar o fracasso o chefe faz uma intervenção severa, que acaba por lembrar o pior tipo de “chefe autoritário” comentado acima.
    Como não ser um chefe bonzinho? Estabeleça regras e cumpra-as, mesmo que pareça injusto em uma situação específica e gere um atrito momentâneo. No futuro, todos perceberão que isso garante a igualdade e contribui para o bem-estar do grupo. Mas lembre-se, isso é mais difícil do que parece.

    Com isso pontuado, como executar com sucesso o papel de chefe? Primeiramente dizendo claramente o objetivo daquela tarefa (Ex.: este programa é o último para finalizarmos a entrega 3 da fase 1, com entrega para tal data, e possibilitará que o cliente tenha tais benefícios). Segundo, descrevendo os passos que devem ser seguidos para aquela tarefa (Ex.: quero que você converse com determinada pessoa, analise o resultado, valide com o fornecedor e somente depois comece o desenvolvimento). Terceiro, monitorando o andamento (os daily meetings são ótimos para isso). Por último, dando feedback positivo e negativo ao fim de cada tarefa, ou ciclo de tarefas.

    Fácil? Nem um pouco. Ser um bom chefe é tão difícil quanto ser um bom gerente.

Papel Líder – o sucesso deste papel reside em inspirar pessoas. Associamos a palavra líder a grandes personagens da história, e tendemos a pensar que não temos este mesmo poder ou habilidade para mudar o mundo. Talvez não o mundo, mas no âmbito do projeto, o líder acredita genuinamente nos resultados e transmite isso às pessoas com quem interage. Veja aqui a importância da palavra “genuinamente”, pois se não for assim, o discurso soará falso e não produzirá o efeito desejado. Esta pequena atitude de reforçar e transmitir os objetivos tem enorme impacto no grupo e na motivação geral.



É claro que estes papéis se alternam e se sobrepõem o tempo todo, e é um exercício árduo e continuo identificar qual a medida e quando utilizar cada um deles, e isso dependerá da cultura da empresa, da equipe, do momento do projeto, entre outras coisas. 

Dominar estes papéis deve ser uma busca constante para aqueles que estão a frente de um projeto.